O governo argentino anunciou uma investigação urgente sobre o lançamento da criptomoeda $LIBRA, promovida pelo presidente Javier Milei na sexta-feira (14) e retirada do ar poucas horas depois, em meio a acusações de fraude e pedidos de impeachment.
Milei divulgou o ativo digital em seu perfil no X, descrevendo-o como um projeto privado para impulsionar a economia argentina. No entanto, especialistas e políticos da oposição alertaram que a criptomoeda poderia ser um esquema fraudulento. O presidente apagou a publicação horas depois, afirmando não estar ciente dos detalhes do projeto.
Após críticas crescentes, a presidência argentina acionou o Escritório Anticorrupção (OA) para investigar possíveis irregularidades, incluindo a conduta do próprio Milei. Também foi criada uma Força-Tarefa de Investigação para apurar o caso.
Especialistas apontaram que cerca de 80% do ativo estava concentrado nas mãos de poucos investidores antes da divulgação de Milei. Após a publicação, o valor disparou de centavos para quase US$ 5.000, mas despencou em seguida, configurando um esquema conhecido como “puxada de tapete”, no qual investidores iniciais lucram antes do colapso do ativo.
A oposição reagiu duramente, com o bloco peronista no Congresso anunciando um pedido de impeachment contra Milei. Parlamentares também pedem uma comissão especial para investigar a possível manipulação do mercado financeiro.
Essa não é a primeira vez que Milei se envolve com ativos digitais. Em 2021, ele promoveu a plataforma CoinX, que prometia retornos de 8% ao mês e agora está sob investigação por suspeita de fraude.