O diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), Marcelo Lemos, denunciou ter sido alvo de ataques racistas nas redes sociais após conceder entrevista ao programa Jornal da Cidade, da Rádio Metrópole. Segundo ele, as ofensas miraram sua aparência e identidade negra como forma de desqualificar sua atuação profissional à frente do órgão.
Entre os comentários, um internauta afirmou: “O cara não cuida nem do próprio cabelo, quem dirá de algo tão complexo que é este instituto e suas demandas… Ah, antes que me chamem de racista, eu sou pardo também como ele… a realidade é visível que este cara não tem estofo para gerir algo tão complexo”. Para Marcelo, o conteúdo evidencia uma tentativa de questionar sua competência a partir de traços físicos e estéticos associados à sua raça.
Diante do episódio, o diretor registrou boletim de ocorrência no Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), unidade da Polícia Civil que abriga a Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin). O caso será investigado pelas autoridades.
“Minha competência foi colocada em dúvida por causa da minha raça, da minha estética e do meu cabelo. Não vou deixar isso passar. Racismo é crime, e o ambiente digital não é terra sem lei”, afirmou Marcelo Lemos.
