A ex-assessora da Presidência na gestão de Jair Bolsonaro (PL) revelou que o tenente-coronel Mauro Cid teria pedido uma pesquisa na internet com contatos de possíveis compradores de Rolex. Segundo documentos obtidos pela CPI do 8 de janeiro, o então ajudante de ordens do ex-presidente trocou e-mails negociando por U$60 mil o relógio recebido por Bolsonaro em viagem oficial.
Em e-mail redigido no dia 2 de junho foi enviado um arquivo com uma “lista de relógios”, com mais de 30 modelos de Jair Bolsonaro, enumerados por fabricantes, um deles era o Rolex. Um outro documento, enviado em 8 de junho, continha a descrição dos presentes recebidos pelo então presidente em viagem oficial à Arábia Saudita, entre eles o relógio. Já na mensagem de negociação do Rolex, Mauro Cid teria pedido ajuda à secretária devido ao fato que a negociação transcorreu em inglês, língua a qual a assistente possuía fluência.
“Por eu falar inglês, ele pediu que eu mandasse esses e-mails e, quando recebi as respostas, encaminhei para ele. Eu apenas intermediei, mas eu não sei com quem ele tratou. Eu repassei para ele os e-mails e foi só essa minha participação, eu não sei qual foi o desfecho disso. Não passou mais por mim. Ali, eu fazia secretariado-executivo, então, eu auxiliava todas as autoridades. Se pediam para mim ou para outra pessoa, não tinha como falar ‘eu não vou fazer”, disse a funcionária ao GLOBO.