O ex-chefe do gabinete de documentação histórica da Presidência da República, Marcelo da Silva Vieira, afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid optou por tratar todos os presentes recebidos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como itens personalíssimos do ex-mandatário. A declaração foi feita nesta terça-feira (5), em entrevista à GloboNews.
Itens personalíssimos são aqueles considerados como propriedade privada, ou seja, que permanecem como posse do presidente mesmo depois dele sair do cargo. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), estes itens são de menor valor ou de consumo, portanto, presentes como joias devem ser incorporados ao acervo da União.
“O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: ’pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo”, afirmou Vieira. “Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou. Eu não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro.”
Mauro Cid está preso desde maio por suspeita de ter sido o responsável por fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares. Além do caso dos ataques do 8 de janeiro, ele também é investigado no vazamento de dados sigilosos sobre a urna eletrônica e no suposto esquema de venda de presentes dados à União.