O tenente-coronel Mauro Cid vai admitir à Polícia Federal que vendeu um relógio Rolex avaliado em cerca de R$ 300 mil por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou à CNN que o militar ouviu de Bolsonaro a seguinte frase: “Resolve isso aí”. “É uma confissão. [Cid] vai admitir. As provas estão aí, ele vai admitir. Mas isso é início de conversa. Nem falei com o delegado que está com a investigação”, comentou Cezar Bitencourt.
“[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA, daí ia trazer para cá o resultado. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem o determinou que fosse feito a venda”, completou o advogado.
De acordo com a CNN, a defesa de Cid tenta marcar uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), para negociar um novo depoimento.
Confusão de versões
Desde que assumiu a defesa na última quarta, 16, o advogado Cezar Bittencourt deu declarações confusas e divergentes sobre os próximos passos de Mauro Cid no caso das joias.
Em entrevista à GloboNews, o advogado declarou que Cid era um assessor que cumpria ordens do chefe. “Ordem ilegal, militar cumpre também”.
Na quinta, 17, Bitencourt afirmou à revista Veja que Cid iria confessar que participou da venda das joias a mando de Bolsonaro. Um dia depois, o advogado deu nova versão ao jornal o Estado de S. Paulo. “Não, não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Vejs (sic) não se falou em joias!”, escreveu em mensagem.
À GloboNews, mais tarde, ele disse que o caso não se trata de joias, mas somente de um relógio da marca Rolex. Além disso, Cid disse que não se trataria de uma confissão, mas “esclarecimentos” a serem feitos aos investigadores.
Em nova entrevista ao Estadão, publicada no domingo, 20, o advogado disse que dará “20, 30 versões” e que “pode dizer o que quiser”.