Sem a motivação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que após a intensificação dos enroscos legais ficou “baqueado” e decidiu não convocar atos de rua pelo 7 de Setembro, os bolsonaristas têm pregado um boicote à data cívica.
Conforme a coluna Painel, na Folha de S. Paulo, a mobilização se dá em grupos de WhatsApp, nos quais os apoiadores de Bolsonaro coordenam uma forma de expressar o descontentamento com as Forças Armadas, que, segundo eles, não foram suficientemente firmes para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“7 de setembro não vou!! Não dou moral para quem traiu a nação! Um Exército que bate continência para bandido não merece respeito”, diz uma mensagem que circula no Instagram e somava 25 mil curtidas até o sábado (19).
Ainda segundo a coluna, além do boicote, alguns bolsonaristas defendem o comparecimento às comemorações do Dia da Independência, mas trajados de preto, como forma de protesto contra os militares e também contra a gestão petista.
De acordo com a publicação, um bolsonarista desiludido contou que já doou 100 camisetas amarelas que costumava usar em manifestações. “Ainda uso algumas como pijama”, relatou.
Por parte do ex-ocupante do Palácio do Planalto, por sua vez, pesou na decisão de não convocar a militância para ir às ruas na data cívica o temor de parecer uma afronta à Justiça e, sobretudo, o medo de novos quebra-quebras como os do 8 de janeiro.
Apesar das circunstâncias delicadas, a bronca dos bolsonaristas tem sido canalizada apenas ao governo Lula e às Forças Armadas e, por enquanto, não chegou a respingar em Jair Bolsonaro, mesmo depois do escândalo da venda ilegal de joias da Presidência e das declarações do hacker Walter Delgatti sobre a suposta participação do ex-mandatário em trama para fraudar as eleições.