Pela primeira vez na história o PT decidiu abrir mão de lançar uma candidatura própria em São Paulo, o partido deve anunciar, neste sábado (5), o apoio ao representante do PSOL, Guilherme Boulos. Essa estratégia para fortalecer alianças nacionais, apesar de ser alvo de divergências dentro do diretório do partido, é uma tendência que pode se repetir em outras cidades como Recife, com João Campos (PSB), e no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (PSD).
Em entrevista ao Jornal O Globo, o coordenador do Grupo de Trabalhos Eleitorais do PT, Humberto Costa diz que a prioridade é lançar candidatura nas cidades que têm mais de 100 mil habitantes e que a sigla possua um nome forte. No caso de São Paulo, não existe nenhum nome consolidado pela legenda para sair como cabeça de chapa. Apesar disso, a capital já teve três prefeitos do PT: Luiza Erundina (1989-93), Marta Suplicy (2001-04) e Fernando Haddad (2013-16), além de possuir atualmente a maior bancada de vereadores, junto com o PSDB, foram oito eleitos em 2018.
O receio da ala divergente é que abrir mão de uma candidatura possa fazer esse número reduzir, bem como a força da esquerda na cidade. Para evitar isso, segundo Jilmar Tatto, secretário Nacional de Comunicação da sigla, Boulos precisa vestir a camisa do PT. “Vamos apoiar o Boulos. Teve um acordo, né? Mesmo eu considerando um erro. Boulos vai ter que defender os governos da Erundina, da Marta, do Haddad. Ele não pode mais aparecer em outro vídeo com o Datena xingando o PT e ficar quieto”, declarou.